1978: Entrevista com Flo e Eddie (The Turtles, Mothers of Invention, Flo &Eddie)
Entrevistador: Houve uma altura em que muita gente tentava colocar o David Bowie dos anos Ziggy juntamente com a cena do Alice Cooper…
David Bowie: Era inevitável, eu já esperava mais ou menos que isso acontecesse. E simplesmente confiei na minha conceção de que acabaríamos por nos separar e ter diferentes identidades, Alice e eu.
Entrevistador: E correu tudo bem?
David Bowie: Limitei-me a confiar nas minhas ideias otimistas acerca do que poderia fazer.
Entrevistador: Sentes-te, hoje em dia, igualmente otimista como, bem, encontras todo esse otimismo no rock’n’roll? Foi um disco muito otimista para o rock.
Entrevistador: Sim, este tipo está a salvar o rock, literalmente!
David Bowie: Sinto-me bastante satisfeito com a minha individualidade, não sinto que tenha que me exaurir tanto para explicar que não sou parte do rock’n’roll e que tenho a minha própria identidade, simplesmente usei o rock’n’roll, tendo-me visto forçado a ser muito exagerado no começo, para desafiar as pessoas a colocarem-me numa categoria que me desse espaço para trabalhar.
Entrevistador: O que é o Ziggy?
David Bowie: Ziggy… Eu pretendia definir a estrela do rock arquétipa e messiânica, apenas isso, e usei os adereços do teatro Kabuki, técnicas de mimo e música estranha nova-iorquina como… as minhas referências eram os Velvet Underground, por exemplo.
Entrevistador: Suffragette City tinha aquela energia de rua…
David Bowie: Sim, era a visão britânica da energia de rua americana. Assim, para mim Ziggy era algo de muito simples, era algo que se assemelhava a uma estrela de rock alienígena e, a bem do espetáculo, vesti-o e representei-o. E fiquei-me por aí. Mas as outras pessoas releram-no e acrescentaram nova informação ao Ziggy, na qual eu não tinha pensado.
Entrevistador: Eram capazes de escrever romances acerca disso…
David Bowie: Exato. Acho que isso aconteceu porque eu imprimi ao álbum três pontos de vista de três áreas diferentes; talvez a personagem surgisse e, então, haveria duas outras afirmações de duas outras pessoas, tudo num só álbum, o que foi confuso mas foi a forma como um escritor redigiria um livro. Ou seja, nunca tinha sido usado em discos e explicar que se tratava de uma peça teatral, que os Spiders não existiam realmente, que se limitavam a existir durante o tempo que durasse a vida de uma personagem, acabei por ficar preso ao Ziggy durante muito tempo, demorou muito a conseguir afastá-lo depois de já ter terminado de trabalhar com ele. Porque, nessa altura, as pessoas se identificavam mais com ele do que com David Bowie. Foi muito difícil entenderem que um artista de rock pode subir ao palco e ser alguém diferente de cada vez que o faz. Não havia mais ninguém a fazer isso.
Entrevistador: As coisas não têm que ser repetitivas, certo?
David Bowie: Precisamente. Não tem que se ser sempre igual a si mesmo no palco e a minha personagem era mais exagerada.
Entrevistador: Não há personagens envolvidas nos dois mais recentes projetos, além de David Bowie…
David Bowie: Em Low e Heroes?
Entrevistador: Sim.
David Bowie: Não, claro que não. Porque quando regressei à Europa, antes de me poder voltar a envolver com personagens e narrativas, tinha que definir uma nova forma de linguagem musical…
Entrevistador: E, nessa altura, a Alemanha era uma parte de ti…
David Bowie: Não. Tudo aconteceu quando deixei a América. Na altura em que estava a deixar a América para trás, sabia que tinha que partir para um ambiente completamente diferente de Los Angeles. Assim, pensei na cidade mais difícil que poderia encontrar e era Berlim Ocidental. E foi assim que comecei e que me enfiei em…
Entrevistador: Pegaste em tudo, apanhaste um voo e simplesmente partiste…
David Bowie: Deixei tudo. Deixei Bel Air e os meus milhões de vídeos e mudei-me para uma zona onde tinha mesmo que descer a rua e comprar comida numa loja, aprender como comprar um bilhete de avião, o que parece tão ingénuo e banal para a maioria das pessoas porque o podem fazer…
Entrevistador: Dir-se-ia que te livraste de muita gente pelo caminho, então…
David Bowie: Livrei, é verdade. Reduzi uma equipa incrível, que se começava a desenvolver, para três ou quatro pessoas com quem trabalho muito bem.
Entrevistador: É dessa maneira que vives agora?
David Bowie: Sim. Bem, a minha ferida berlinense, que é uma ferida causada pela guerra… acho que ir para lá foi uma questão totalmente psicológica, ou seja, precisava de algum tipo de tensão.
Entrevistador: A tensão por lá…
David Bowie: A tensão é espantosa e forçou-me a reavaliar a minha posição em qualquer sociedade.
Entrevistador: Mesmo entre Low e Heroes, levaste o Iggy Pop para Berlim para gravar o seu disco e…
David Bowie: Eu acho, sim, eu acho que se trata de uma ótima cidade terapêutica para um artista ir viver, para regressar, não ao nível punk da rua, mas sim ao nível real da rua em que tens que fazer tu mesmo as coisas e ninguém repara em ti. Eu era completamente anónimo em Berlim. Tanto me fazia se…
Entrevistador: Sim, mas parece que fazes isso depois de cada projeto, essas viagens bizarras e vais…
David Bowie: Quem é que quer chegar a uma cidade e dar com gente a perguntar-nos “Sabes o que está a acontecer em Marte neste instante?”
Entrevistador: Seria improvável isso acontecer no Quénia…
David Bowie: Quénia? Que queres saber sobre o Quénia?
Entrevistador: Vais gravar lá a seguir?
David Bowie: Oh, ok, eu não sabia o que esperar do Quénia antes de lá chegar. Fui lá para mostrar ao meu filho como os animais vivem, que não estão sempre enjaulados, porque ele tinha visitado o zoo de Berlim e foi isso. Ele só tinha seis anos, só os tinha visto dentro de jaulas; portanto, chegou lá, começámos a olhar para os animais e então descobri que se tratava de um país real, com gente real e não apenas um safari gigante e havia povos com quem nunca me tinha cruzado, tribos que levavam a mesma existência há setecentos, oitocentos anos…
Entrevistador: Sem mudanças…
David Bowie: Sem mudanças.
Entrevistador: Certamente uma experiência que nos torna humildes…
David Bowie: Completamente. Nunca vi um povo tão orgulhoso nem tão alto. (risos)
Entrevistador: Não quero perder de vista o facto de que… a tua passagem pelo Quénia… mas há uma coisa: será que o Iggy foi uma forma de fazer desabrochar a tua veia pop europeia enquanto gravavas álbuns, enquanto ficavas disfarçado atrás dele como produtor e como músico?
David Bowie: Hmm, essa é uma pergunta difícil. Acho que o dinheiro foi o incentivo para avançar e para o fazer, mas há anos que sou grande fã do Iggy. Nunca o tinha visto atuar. Nunca. A primeira vez em que…
Entrevistador: Não sabias das lâminas e do vidro e…
David Bowie: Bom, ouvi, sei disso tudo mas, conhecendo o Jim, era incongruente; mas, quando partimos em tournée, foi a primeira vez em que o vi trabalhar. E foi uma grande surpresa.
Entrevistador: Ele é fantástico.
David Bowie: É, sim senhor!
Entrevistador: Mas deve ter sido espantoso para ti, sentado atrás de um piano todas as noites em frente do público e, quer dizer, emprestaste o teu nome ao projeto, há…
David Bowie: Bem, desde o início que sabíamos que enfrentaríamos esse problema e sabíamos que haveríamos de recuar. O Jimmy sentia-se mais assertivo em relação ao que estava a fazer.
Entrevistador: Como é que te sentiste enquanto gestor de espetáculos?
David Bowie: Tinha a minha garrafa de cerveja e um maço de cigarros e um piano e podia embebedar-me com a banda e…
Entrevistador: Lembro-me de usares óculos de aros grossos e…
David Bowie: (risos) Adorei fazê-lo!
Entrevistador: Era uma personagem fantástica. Tanto em Low como em Heroes crias estados de espírito que são pinturas ponderadas que não necessitam de palavras ou que se dão bem com uma língua fingida, nem sequer uma língua real para transmitir a ideia. É isso que se aproxima? É essa a ideia atual?
David Bowie: Bom, o que sucedeu foi que eu não dispunha do equipamento verbal necessário para descrever aquilo que via e foi aí que precisei de ajuda. Precisava de alguém capaz de lançar ideias e alguém para me dar uma opinião porque me sentia tão confundido com todas aquelas benditas personagens na minha cabeça que tive que o fazer. O Eno era alguém que eu conhecia há muitos anos e com quem nunca tivera oportunidade de trabalhar.
Entrevistador: Brian Eno, ex-membro dos Roxy Music, para quem não souber.
David Bowie: Eu sou ex-membro da Portsmouth Sinfonia e muitas aulas…
Entrevistador: Muitas aulas, ele é professor de Belas Artes!
(risos)
Entrevistador: E envolveste-te com ele e ele andava a fazer música eletrónica há…
David Bowie: Não gostaria de lhe chamar simplesmente música eletrónica. Ele tinha andado a fazer a sua música muito pessoal porque também usava, além dos eletrónicos, instrumentos orgânicos.
Entrevistador: Mesmo o Heroes, em que o lado A é tão acessível que é o melhor, estás a ver, na nossa opinião, o que fizeste hoje no que respeita a ligar essa acessibilidade a, como dirias, música pessoal…
David Bowie: Sim. Havia muito entusiasmo no Heroes porque eu e o Brian gostámos tanto do que fizemos no Low e sabíamos que tínhamos energia para fazer outro e acho agora que talvez um terceiro.
David Bowie: Era inevitável, eu já esperava mais ou menos que isso acontecesse. E simplesmente confiei na minha conceção de que acabaríamos por nos separar e ter diferentes identidades, Alice e eu.
Entrevistador: E correu tudo bem?
David Bowie: Limitei-me a confiar nas minhas ideias otimistas acerca do que poderia fazer.
Entrevistador: Sentes-te, hoje em dia, igualmente otimista como, bem, encontras todo esse otimismo no rock’n’roll? Foi um disco muito otimista para o rock.
Entrevistador: Sim, este tipo está a salvar o rock, literalmente!
David Bowie: Sinto-me bastante satisfeito com a minha individualidade, não sinto que tenha que me exaurir tanto para explicar que não sou parte do rock’n’roll e que tenho a minha própria identidade, simplesmente usei o rock’n’roll, tendo-me visto forçado a ser muito exagerado no começo, para desafiar as pessoas a colocarem-me numa categoria que me desse espaço para trabalhar.
Entrevistador: O que é o Ziggy?
David Bowie: Ziggy… Eu pretendia definir a estrela do rock arquétipa e messiânica, apenas isso, e usei os adereços do teatro Kabuki, técnicas de mimo e música estranha nova-iorquina como… as minhas referências eram os Velvet Underground, por exemplo.
Entrevistador: Suffragette City tinha aquela energia de rua…
David Bowie: Sim, era a visão britânica da energia de rua americana. Assim, para mim Ziggy era algo de muito simples, era algo que se assemelhava a uma estrela de rock alienígena e, a bem do espetáculo, vesti-o e representei-o. E fiquei-me por aí. Mas as outras pessoas releram-no e acrescentaram nova informação ao Ziggy, na qual eu não tinha pensado.
Entrevistador: Eram capazes de escrever romances acerca disso…
David Bowie: Exato. Acho que isso aconteceu porque eu imprimi ao álbum três pontos de vista de três áreas diferentes; talvez a personagem surgisse e, então, haveria duas outras afirmações de duas outras pessoas, tudo num só álbum, o que foi confuso mas foi a forma como um escritor redigiria um livro. Ou seja, nunca tinha sido usado em discos e explicar que se tratava de uma peça teatral, que os Spiders não existiam realmente, que se limitavam a existir durante o tempo que durasse a vida de uma personagem, acabei por ficar preso ao Ziggy durante muito tempo, demorou muito a conseguir afastá-lo depois de já ter terminado de trabalhar com ele. Porque, nessa altura, as pessoas se identificavam mais com ele do que com David Bowie. Foi muito difícil entenderem que um artista de rock pode subir ao palco e ser alguém diferente de cada vez que o faz. Não havia mais ninguém a fazer isso.
Entrevistador: As coisas não têm que ser repetitivas, certo?
David Bowie: Precisamente. Não tem que se ser sempre igual a si mesmo no palco e a minha personagem era mais exagerada.
Entrevistador: Não há personagens envolvidas nos dois mais recentes projetos, além de David Bowie…
David Bowie: Em Low e Heroes?
Entrevistador: Sim.
David Bowie: Não, claro que não. Porque quando regressei à Europa, antes de me poder voltar a envolver com personagens e narrativas, tinha que definir uma nova forma de linguagem musical…
Entrevistador: E, nessa altura, a Alemanha era uma parte de ti…
David Bowie: Não. Tudo aconteceu quando deixei a América. Na altura em que estava a deixar a América para trás, sabia que tinha que partir para um ambiente completamente diferente de Los Angeles. Assim, pensei na cidade mais difícil que poderia encontrar e era Berlim Ocidental. E foi assim que comecei e que me enfiei em…
Entrevistador: Pegaste em tudo, apanhaste um voo e simplesmente partiste…
David Bowie: Deixei tudo. Deixei Bel Air e os meus milhões de vídeos e mudei-me para uma zona onde tinha mesmo que descer a rua e comprar comida numa loja, aprender como comprar um bilhete de avião, o que parece tão ingénuo e banal para a maioria das pessoas porque o podem fazer…
Entrevistador: Dir-se-ia que te livraste de muita gente pelo caminho, então…
David Bowie: Livrei, é verdade. Reduzi uma equipa incrível, que se começava a desenvolver, para três ou quatro pessoas com quem trabalho muito bem.
Entrevistador: É dessa maneira que vives agora?
David Bowie: Sim. Bem, a minha ferida berlinense, que é uma ferida causada pela guerra… acho que ir para lá foi uma questão totalmente psicológica, ou seja, precisava de algum tipo de tensão.
Entrevistador: A tensão por lá…
David Bowie: A tensão é espantosa e forçou-me a reavaliar a minha posição em qualquer sociedade.
Entrevistador: Mesmo entre Low e Heroes, levaste o Iggy Pop para Berlim para gravar o seu disco e…
David Bowie: Eu acho, sim, eu acho que se trata de uma ótima cidade terapêutica para um artista ir viver, para regressar, não ao nível punk da rua, mas sim ao nível real da rua em que tens que fazer tu mesmo as coisas e ninguém repara em ti. Eu era completamente anónimo em Berlim. Tanto me fazia se…
Entrevistador: Sim, mas parece que fazes isso depois de cada projeto, essas viagens bizarras e vais…
David Bowie: Quem é que quer chegar a uma cidade e dar com gente a perguntar-nos “Sabes o que está a acontecer em Marte neste instante?”
Entrevistador: Seria improvável isso acontecer no Quénia…
David Bowie: Quénia? Que queres saber sobre o Quénia?
Entrevistador: Vais gravar lá a seguir?
David Bowie: Oh, ok, eu não sabia o que esperar do Quénia antes de lá chegar. Fui lá para mostrar ao meu filho como os animais vivem, que não estão sempre enjaulados, porque ele tinha visitado o zoo de Berlim e foi isso. Ele só tinha seis anos, só os tinha visto dentro de jaulas; portanto, chegou lá, começámos a olhar para os animais e então descobri que se tratava de um país real, com gente real e não apenas um safari gigante e havia povos com quem nunca me tinha cruzado, tribos que levavam a mesma existência há setecentos, oitocentos anos…
Entrevistador: Sem mudanças…
David Bowie: Sem mudanças.
Entrevistador: Certamente uma experiência que nos torna humildes…
David Bowie: Completamente. Nunca vi um povo tão orgulhoso nem tão alto. (risos)
Entrevistador: Não quero perder de vista o facto de que… a tua passagem pelo Quénia… mas há uma coisa: será que o Iggy foi uma forma de fazer desabrochar a tua veia pop europeia enquanto gravavas álbuns, enquanto ficavas disfarçado atrás dele como produtor e como músico?
David Bowie: Hmm, essa é uma pergunta difícil. Acho que o dinheiro foi o incentivo para avançar e para o fazer, mas há anos que sou grande fã do Iggy. Nunca o tinha visto atuar. Nunca. A primeira vez em que…
Entrevistador: Não sabias das lâminas e do vidro e…
David Bowie: Bom, ouvi, sei disso tudo mas, conhecendo o Jim, era incongruente; mas, quando partimos em tournée, foi a primeira vez em que o vi trabalhar. E foi uma grande surpresa.
Entrevistador: Ele é fantástico.
David Bowie: É, sim senhor!
Entrevistador: Mas deve ter sido espantoso para ti, sentado atrás de um piano todas as noites em frente do público e, quer dizer, emprestaste o teu nome ao projeto, há…
David Bowie: Bem, desde o início que sabíamos que enfrentaríamos esse problema e sabíamos que haveríamos de recuar. O Jimmy sentia-se mais assertivo em relação ao que estava a fazer.
Entrevistador: Como é que te sentiste enquanto gestor de espetáculos?
David Bowie: Tinha a minha garrafa de cerveja e um maço de cigarros e um piano e podia embebedar-me com a banda e…
Entrevistador: Lembro-me de usares óculos de aros grossos e…
David Bowie: (risos) Adorei fazê-lo!
Entrevistador: Era uma personagem fantástica. Tanto em Low como em Heroes crias estados de espírito que são pinturas ponderadas que não necessitam de palavras ou que se dão bem com uma língua fingida, nem sequer uma língua real para transmitir a ideia. É isso que se aproxima? É essa a ideia atual?
David Bowie: Bom, o que sucedeu foi que eu não dispunha do equipamento verbal necessário para descrever aquilo que via e foi aí que precisei de ajuda. Precisava de alguém capaz de lançar ideias e alguém para me dar uma opinião porque me sentia tão confundido com todas aquelas benditas personagens na minha cabeça que tive que o fazer. O Eno era alguém que eu conhecia há muitos anos e com quem nunca tivera oportunidade de trabalhar.
Entrevistador: Brian Eno, ex-membro dos Roxy Music, para quem não souber.
David Bowie: Eu sou ex-membro da Portsmouth Sinfonia e muitas aulas…
Entrevistador: Muitas aulas, ele é professor de Belas Artes!
(risos)
Entrevistador: E envolveste-te com ele e ele andava a fazer música eletrónica há…
David Bowie: Não gostaria de lhe chamar simplesmente música eletrónica. Ele tinha andado a fazer a sua música muito pessoal porque também usava, além dos eletrónicos, instrumentos orgânicos.
Entrevistador: Mesmo o Heroes, em que o lado A é tão acessível que é o melhor, estás a ver, na nossa opinião, o que fizeste hoje no que respeita a ligar essa acessibilidade a, como dirias, música pessoal…
David Bowie: Sim. Havia muito entusiasmo no Heroes porque eu e o Brian gostámos tanto do que fizemos no Low e sabíamos que tínhamos energia para fazer outro e acho agora que talvez um terceiro.