2002: Entrevista com Harald Schmidt para o Harald Schmidt Show, Alemanha, em 11 de junho
(o público aplaude)
David Bowie: Obrigado!
Harald Schmidt: Como vês, é o sítio perfeito em Colónia para o teu concerto de abertura…
David Bowie: (aponta para o público) Na verdade, podia ir por aí e vender o álbum agora mesmo, não podia?
Harald Schmidt: Sim. Mas já tem grande sucesso comercial.
David Bowie: Inacreditável, sim.
Harald Schmidt: Começou em quarto lugar nos nossos tops.
David Bowie: E tem sido assim por toda a Europa e chegou ao décimo-quarto lugar na América, é fantástico.
Harald Schmidt: Sabes que as pessoas quase enlouquecem, Colónia é o único sítio onde vais tocar, o teu concerto de amanhã…
David Bowie: Desta vez, sim.
Harald Schmidt: …esgotou em 45 segundos, sabias?
David Bowie: Não sabia. É extraordinário. Absolutamente extraordinário.
Harald Schmidt: Já tinhas estado em Colónia?
David Bowie: Bom, achei que só houvesse 15 pessoas no público aos 45 segundos.
Harald Schmidt: Há muito tempo!
David Bowie: (para o público) Graças a Deus que falam inglês! (risos)
Harald Schmidt: Então, já tinhas estado em Colónia?
David Bowie: Estive, sim, mas não venho cá há talvez, oh, desde 79, 1980, algo assim.
Harald Schmidt: Há muito tempo.
David Bowie: Há muito, muito tempo. Bom, eu costumava… vivi entre Nova Iorque e Berlim por uns tempos, no final dos anos setenta. Portanto, costumava vir muito à Alemanha e diverti-me muito em Berlim. Isso foi, claro, quando ainda havia o Muro. Portanto, acho que era um tipo de vibração diferente.
Harald Schmidt: Foi quando vivias com o teu amigo James Osterberg…
David Bowie: James Osterberg, sim, Iggy Pop. Éramos três ou quatro. Havia o Jimmy e a namorada e eu e outra pessoa. Tínhamos os nossos apartamentos no mesmo quarteirão em… chamava-se, se bem me lembro, Haupstrasse, hundert fünf und fünfzig em Charlottenburg. Era para lá que íamos. Ficávamos bêbedos como cachos e era, hmm (dito arrastadamente, de uma forma engraçada) Haupstrasse, hundert fünf und fünfzig… E chegávamos a casa. E divertíamo-nos à grande. Recordo-me que nenhum de nós tinha dinheiro na altura porque ou tínhamos sido depenados ou, sabes, os negócios tinham dado para o torto e estávamos todos bastante falidos. E os três (era a altura do meu aniversário) fizeram uma vaquinha e deram-me um velho Mercedes de 1955. E estava completamente enferrujado! Então, entrámos no carro e os nossos pés atravessaram o chão. Andávamos por Berlim nesse carro e lembro-me de termos deixado o Iggy num clube, certa noite. Era, acho, um dos aniversários da construção do Muro e ele foi a um clube punk e, quando mais tarde voltou, disse: “Foi espantoso!” Tinham feito um bolo de aniversário com a forma do Muro, que percorria toda a sala, e à meia-noite saltaram-lhe em cima e comeram-no! (o público ri) A sério! Eles fizeram mesmo, fizeram todo aquele Muro e comeram-no. E ele disse que tinha sido indubitavelmente o momento mais tocante que tinha vivido em Berlim. Porque havia naquilo algo de bastante ideológico. E é claro que, mais, tarde, o Muro acabou por…
Harald Schmidt: Foi especial para ele, para o aniversário dele?
David Bowie: Não, não, não. Foi a celebração do Muro, do aniversário da construção, sabes, e foi… ele disse que tinha sido uma coisa estranhíssima. E é claro que foi isso que virtualmente fizeram… Sei que não o comeram… (risos) Conheço alguém que tentou comê-lo mas estava com uma pedrada. (risos)
Harald Schmidt: Então, agora regressaste à Europa no QE2 (o transatlântico Queen Elizabeth 2). Sim?
David Bowie: Bom, aqui não porque não há espaço suficiente. (risos) Mas se tivesse podido, tinha-o feito. Mas tu viajas no QE2, sim?
Harald Schmidt: Sim, mas na direção oposta, de Southampton a Nova Iorque e tu vieste de Nova Iorque para Southampton.
David Bowie: É verdade, sim. Há dois comandantes diferentes. Um deles só sabe como chegar a Southampton. (o público ri) Acho que é verdade.
Harald Schmidt: Qual era, desta vez, a idade média dos passageiros?
David Bowie: 114. (o público ri) Algo assim. Principalmente viúvas.
Harald Schmidt: A sério?
David Bowie: Não, as coisas mudaram muito. Porque a primeira vez em que viajei nele foi há 30 anos e, nesse tempo, era efetivamente gente mais velha, a geração mais idosa, tudo isso. Desta vez, notei que havia muito mais famílias com crianças, sabes? Porque eles têm, hoje em dia têm salas de convívio a bordo, havia cinco restaurantes, três cinemas, casinos, uma biblioteca… Um estúdio de televisão. (risos)
Harald Schmidt: Que é que fazias a bordo todo o dia?
David Bowie: Li e vi DVDs.
Harald Schmidt: Passeaste pelo navio?
David Bowie: Não, nadei ao lado do navio para me exercitar, porque atualmente encontro-me muito em forma. (o público ri) Porque nado em corrida contra o QE2, é assim que se faz. Mas não, a maior parte do tempo… levei DVDs de todos os filmes que não posso ver em casa porque são, bom, clássicos europeus de vanguarda com legendas e têm uma duração de 19 horas e legendas e mais ninguém lá em casa os quer ver, portanto… (risos) Como estava a viajar sozinho, vi-os no meu computador. E ouvi música e tomei notas e vi o mar… Vi o mar… O mar viu-me… (o público ri)
Harald Schmidt: Cinco longos dias.
David Bowie: Sim, sim, sim. Foi ótimo, eu adoro essas coisas!
Harald Schmidt: É verdade que acordas muito cedo, por volta das seis da manhã?
David Bowie: Bom, tanto eu como a minha mulher nos levantamos entre as cinco e as seis da manhã e a ironia é que, sabes, tivemos uma filha que tem agora 23 meses… Mas é claro que agora nos levantamos antes dela, portanto vamos acordá-la. (risos) É a vingança dos pais, sabes… (o público ri)
Harald Schmidt: Então, quando… A tua esposa teve…
David Bowie: Acorda! (o público ri e aplaude) E ela… a minha bebé diz: “Oh, vá lá, deem-me mais uma hora…” “Olha, temos leite!” “Nahhhh!” (o público ri)
Harald Schmidt: A tua esposa teve aulas de preparação para o parto? Sabes, na Alemanha é muito normal. Por exemplo, os jovens acompanham as suas mulheres às aulas.
David Bowie: Bom, ela já tinha prática porque também tem outra filha. Sabes, do seu outro casamento, portanto ela sabia o que ia acontecer. (risos) Eu não!
Harald Schmidt: Não foram juntos para o parto?
David Bowie: Sim, fizemos os exercícios de respiração e isso tudo e contámos um e… meu Deus!
Harald Schmidt: Mas gostaste?
David Bowie: Foi bom e acertámos tudo e tudo estava absolutamente exato e temporizado. E no dia foi… uahhhh! (risos) Vai tudo pelo ar, está a ver, e foi uma excitação e apressámo-nos para lá de carro e então chegou a minha vez de… cortar, sabes? (risos) Isso foi divertido, gosto disso.
Harald Schmidt: Mas correu tudo bem…
David Bowie: Sim, lindo. Maravilhoso. Foi um parto fácil. Sim, foi bom.
Harald Schmidt: Bem, quando te sentas no escritório ou na sala de manhã começas logo a compor?
David Bowie: Começo, eu, há, isso é virtualmente…
Harald Schmidt: Com uma chávena de chá?
David Bowie: Uma chávena de chá? Sim, começo, tipo, a compor imediatamente… Não! Sento-me e faço umas quantas chamadas para a Europa, porque vivo em Nova Iorque, sabes e portanto… Telefono para Europa a manhã inteira. (finge estar a fazer um telefonema) “Então, que há de novo? Viste o Harald Schmidt Show ontem à noite? O quê? Sim. A sério? Isso é espantoso!” Ouço todos os mexericos, estás a ver?
Harald Schmidt: Sim. (Bowie ri) Quer dizer que escreveste este disco, as canções para este disco, em Woodstock, que conhecemos do festival…
David Bowie: Que estranho…
Harald Schmidt: É um sítio muito calmo ou…
David Bowie: Sim, é tudo muito hippie, ainda é! Quer dizer, é tudo do género letras floreadas em todas as lojas e toda a gente tem cabelo comprido e usa lantejoulas, sabes, e eu achei que não ia gostar nada daquilo. Mas não tinha percebido que o estúdio ficava no cimo de uma montanha extremamente alta. E estávamos completamente isolados do resto da área e eu adorei, porque adoro o isolamento… Sou muito… masoquista nesse sentido. Gosto de estar… desligado de tudo. E é uma coisa que funciona muito bem para um autor e, acho, sentei-me e escrevi… E há meses que o andava a fazer, a completar canções que achava terem muita força e que procuravam apenas expressar o que eu sentia… A minha idade, com uma nova família e os meus sentimentos face ao universo e o nosso lugar neste mundo e isso tudo… As pequeninas questões! (risos)
Harald Schmidt: Então, agora vais partir numa pequena tournée? Na Europa?
David Bowie: Sim, é apenas uma tour promocional. Não quero ficar muito tempo longe da família, tenho muitas saudades da minha bebé e quero ir para casa…
Harald Schmidt: A tua esposa ficou na América?
David Bowie: Sim. Bom, neste momento, por coincidência, está em Inglaterra com toda a família mas vai regressar daqui a dias. E eu vou voltar no final do mês e… vamos pôr tudo em dia… Acho. (sorri)
David Bowie: Obrigado!
Harald Schmidt: Como vês, é o sítio perfeito em Colónia para o teu concerto de abertura…
David Bowie: (aponta para o público) Na verdade, podia ir por aí e vender o álbum agora mesmo, não podia?
Harald Schmidt: Sim. Mas já tem grande sucesso comercial.
David Bowie: Inacreditável, sim.
Harald Schmidt: Começou em quarto lugar nos nossos tops.
David Bowie: E tem sido assim por toda a Europa e chegou ao décimo-quarto lugar na América, é fantástico.
Harald Schmidt: Sabes que as pessoas quase enlouquecem, Colónia é o único sítio onde vais tocar, o teu concerto de amanhã…
David Bowie: Desta vez, sim.
Harald Schmidt: …esgotou em 45 segundos, sabias?
David Bowie: Não sabia. É extraordinário. Absolutamente extraordinário.
Harald Schmidt: Já tinhas estado em Colónia?
David Bowie: Bom, achei que só houvesse 15 pessoas no público aos 45 segundos.
Harald Schmidt: Há muito tempo!
David Bowie: (para o público) Graças a Deus que falam inglês! (risos)
Harald Schmidt: Então, já tinhas estado em Colónia?
David Bowie: Estive, sim, mas não venho cá há talvez, oh, desde 79, 1980, algo assim.
Harald Schmidt: Há muito tempo.
David Bowie: Há muito, muito tempo. Bom, eu costumava… vivi entre Nova Iorque e Berlim por uns tempos, no final dos anos setenta. Portanto, costumava vir muito à Alemanha e diverti-me muito em Berlim. Isso foi, claro, quando ainda havia o Muro. Portanto, acho que era um tipo de vibração diferente.
Harald Schmidt: Foi quando vivias com o teu amigo James Osterberg…
David Bowie: James Osterberg, sim, Iggy Pop. Éramos três ou quatro. Havia o Jimmy e a namorada e eu e outra pessoa. Tínhamos os nossos apartamentos no mesmo quarteirão em… chamava-se, se bem me lembro, Haupstrasse, hundert fünf und fünfzig em Charlottenburg. Era para lá que íamos. Ficávamos bêbedos como cachos e era, hmm (dito arrastadamente, de uma forma engraçada) Haupstrasse, hundert fünf und fünfzig… E chegávamos a casa. E divertíamo-nos à grande. Recordo-me que nenhum de nós tinha dinheiro na altura porque ou tínhamos sido depenados ou, sabes, os negócios tinham dado para o torto e estávamos todos bastante falidos. E os três (era a altura do meu aniversário) fizeram uma vaquinha e deram-me um velho Mercedes de 1955. E estava completamente enferrujado! Então, entrámos no carro e os nossos pés atravessaram o chão. Andávamos por Berlim nesse carro e lembro-me de termos deixado o Iggy num clube, certa noite. Era, acho, um dos aniversários da construção do Muro e ele foi a um clube punk e, quando mais tarde voltou, disse: “Foi espantoso!” Tinham feito um bolo de aniversário com a forma do Muro, que percorria toda a sala, e à meia-noite saltaram-lhe em cima e comeram-no! (o público ri) A sério! Eles fizeram mesmo, fizeram todo aquele Muro e comeram-no. E ele disse que tinha sido indubitavelmente o momento mais tocante que tinha vivido em Berlim. Porque havia naquilo algo de bastante ideológico. E é claro que, mais, tarde, o Muro acabou por…
Harald Schmidt: Foi especial para ele, para o aniversário dele?
David Bowie: Não, não, não. Foi a celebração do Muro, do aniversário da construção, sabes, e foi… ele disse que tinha sido uma coisa estranhíssima. E é claro que foi isso que virtualmente fizeram… Sei que não o comeram… (risos) Conheço alguém que tentou comê-lo mas estava com uma pedrada. (risos)
Harald Schmidt: Então, agora regressaste à Europa no QE2 (o transatlântico Queen Elizabeth 2). Sim?
David Bowie: Bom, aqui não porque não há espaço suficiente. (risos) Mas se tivesse podido, tinha-o feito. Mas tu viajas no QE2, sim?
Harald Schmidt: Sim, mas na direção oposta, de Southampton a Nova Iorque e tu vieste de Nova Iorque para Southampton.
David Bowie: É verdade, sim. Há dois comandantes diferentes. Um deles só sabe como chegar a Southampton. (o público ri) Acho que é verdade.
Harald Schmidt: Qual era, desta vez, a idade média dos passageiros?
David Bowie: 114. (o público ri) Algo assim. Principalmente viúvas.
Harald Schmidt: A sério?
David Bowie: Não, as coisas mudaram muito. Porque a primeira vez em que viajei nele foi há 30 anos e, nesse tempo, era efetivamente gente mais velha, a geração mais idosa, tudo isso. Desta vez, notei que havia muito mais famílias com crianças, sabes? Porque eles têm, hoje em dia têm salas de convívio a bordo, havia cinco restaurantes, três cinemas, casinos, uma biblioteca… Um estúdio de televisão. (risos)
Harald Schmidt: Que é que fazias a bordo todo o dia?
David Bowie: Li e vi DVDs.
Harald Schmidt: Passeaste pelo navio?
David Bowie: Não, nadei ao lado do navio para me exercitar, porque atualmente encontro-me muito em forma. (o público ri) Porque nado em corrida contra o QE2, é assim que se faz. Mas não, a maior parte do tempo… levei DVDs de todos os filmes que não posso ver em casa porque são, bom, clássicos europeus de vanguarda com legendas e têm uma duração de 19 horas e legendas e mais ninguém lá em casa os quer ver, portanto… (risos) Como estava a viajar sozinho, vi-os no meu computador. E ouvi música e tomei notas e vi o mar… Vi o mar… O mar viu-me… (o público ri)
Harald Schmidt: Cinco longos dias.
David Bowie: Sim, sim, sim. Foi ótimo, eu adoro essas coisas!
Harald Schmidt: É verdade que acordas muito cedo, por volta das seis da manhã?
David Bowie: Bom, tanto eu como a minha mulher nos levantamos entre as cinco e as seis da manhã e a ironia é que, sabes, tivemos uma filha que tem agora 23 meses… Mas é claro que agora nos levantamos antes dela, portanto vamos acordá-la. (risos) É a vingança dos pais, sabes… (o público ri)
Harald Schmidt: Então, quando… A tua esposa teve…
David Bowie: Acorda! (o público ri e aplaude) E ela… a minha bebé diz: “Oh, vá lá, deem-me mais uma hora…” “Olha, temos leite!” “Nahhhh!” (o público ri)
Harald Schmidt: A tua esposa teve aulas de preparação para o parto? Sabes, na Alemanha é muito normal. Por exemplo, os jovens acompanham as suas mulheres às aulas.
David Bowie: Bom, ela já tinha prática porque também tem outra filha. Sabes, do seu outro casamento, portanto ela sabia o que ia acontecer. (risos) Eu não!
Harald Schmidt: Não foram juntos para o parto?
David Bowie: Sim, fizemos os exercícios de respiração e isso tudo e contámos um e… meu Deus!
Harald Schmidt: Mas gostaste?
David Bowie: Foi bom e acertámos tudo e tudo estava absolutamente exato e temporizado. E no dia foi… uahhhh! (risos) Vai tudo pelo ar, está a ver, e foi uma excitação e apressámo-nos para lá de carro e então chegou a minha vez de… cortar, sabes? (risos) Isso foi divertido, gosto disso.
Harald Schmidt: Mas correu tudo bem…
David Bowie: Sim, lindo. Maravilhoso. Foi um parto fácil. Sim, foi bom.
Harald Schmidt: Bem, quando te sentas no escritório ou na sala de manhã começas logo a compor?
David Bowie: Começo, eu, há, isso é virtualmente…
Harald Schmidt: Com uma chávena de chá?
David Bowie: Uma chávena de chá? Sim, começo, tipo, a compor imediatamente… Não! Sento-me e faço umas quantas chamadas para a Europa, porque vivo em Nova Iorque, sabes e portanto… Telefono para Europa a manhã inteira. (finge estar a fazer um telefonema) “Então, que há de novo? Viste o Harald Schmidt Show ontem à noite? O quê? Sim. A sério? Isso é espantoso!” Ouço todos os mexericos, estás a ver?
Harald Schmidt: Sim. (Bowie ri) Quer dizer que escreveste este disco, as canções para este disco, em Woodstock, que conhecemos do festival…
David Bowie: Que estranho…
Harald Schmidt: É um sítio muito calmo ou…
David Bowie: Sim, é tudo muito hippie, ainda é! Quer dizer, é tudo do género letras floreadas em todas as lojas e toda a gente tem cabelo comprido e usa lantejoulas, sabes, e eu achei que não ia gostar nada daquilo. Mas não tinha percebido que o estúdio ficava no cimo de uma montanha extremamente alta. E estávamos completamente isolados do resto da área e eu adorei, porque adoro o isolamento… Sou muito… masoquista nesse sentido. Gosto de estar… desligado de tudo. E é uma coisa que funciona muito bem para um autor e, acho, sentei-me e escrevi… E há meses que o andava a fazer, a completar canções que achava terem muita força e que procuravam apenas expressar o que eu sentia… A minha idade, com uma nova família e os meus sentimentos face ao universo e o nosso lugar neste mundo e isso tudo… As pequeninas questões! (risos)
Harald Schmidt: Então, agora vais partir numa pequena tournée? Na Europa?
David Bowie: Sim, é apenas uma tour promocional. Não quero ficar muito tempo longe da família, tenho muitas saudades da minha bebé e quero ir para casa…
Harald Schmidt: A tua esposa ficou na América?
David Bowie: Sim. Bom, neste momento, por coincidência, está em Inglaterra com toda a família mas vai regressar daqui a dias. E eu vou voltar no final do mês e… vamos pôr tudo em dia… Acho. (sorri)