David Bowie nasceu David Robert Jones, em Brixton, no sul de Londres, a 8 de janeiro de 1947, filho de Margaret Mary, uma empregada de mesa, e de Haywood Stenton Jones, um oficial de promoção na instituição de caridade para crianças Barnardo’s. Em 1953, a família mudou-se para o subúrbio de Bromley, onde David Jones frequentou a Burnt Ash Junior School. Mais tarde, viria a ingressar na Bromley Technical High School onde estudou arte e design. Apreciador de rock’n’roll desde muito cedo, foi o seu meio-irmão, Terry Burns, quem lhe deu a conhecer o jazz, o que o inspirou a aprender o saxofone.
Anos cinquenta
Com The Konrads, no sax
A primeira vez em que há memória de Bowie ter atuado em público ocorreu no início dos anos cinquenta, quando, juntamente com outro rapaz de nome Smith, cantou cânticos de Natal na área de Bromley. Os rapazes angariaram 2 libras e dois xelins para o Bromley Blind Club.
Em 1958, David entrou para o Coro da Igreja de Saint Mary, de que também faziam parte George Underwood e Geoffrey MacCormack.
Em agosto, juntou-se aos Konrads, onde tocava saxofone tenor e cantava. O nome pode ter surgido quando se apresentaram com Jess Conrad, que os apresentou como “my conrads”.
Em 1958, David entrou para o Coro da Igreja de Saint Mary, de que também faziam parte George Underwood e Geoffrey MacCormack.
Em agosto, juntou-se aos Konrads, onde tocava saxofone tenor e cantava. O nome pode ter surgido quando se apresentaram com Jess Conrad, que os apresentou como “my conrads”.
Anos sessenta
The Manish Boys
Os Konrads duraram até 1963. A 30 de agosto desse ano gravaram, nos estúdios da Decca, o seu único vinil, intitulado I Never Dreamed, composto por David, Roger Ferris e Alan Dodds. Pouco depois, descontente com o repertório, David abandonou a banda.
Em setembro, passou a integrar os Hooker Brothers, onde tocava saxofone e cantava. Nessa época, Bowie era conhecido como Dave Jay.
Em 1964, fundou a banda Davie Jones and the King Bees, na qual, para além de cantar, tocava saxofone tenor.
Ainda nesse ano, criou os Manish Boys, mais tarde conhecidos como Davie Jones and The Manish Boys. O nome da banda foi inspirado pelo tema Manish Boy, de Muddy Waters.
Passou a integrar a banda The Lower Third, originalmente formada em 1963 e conhecida pelo nome Oliver Twist and the Lower Third, a partir de abril de 1965, ao mesmo tempo que tocava ocasionalmente com bandas como The High Numbers (The Who), The T-Bones e Sonny Boy Williamson.
Em 1966, depois de ter atuado já no Le Golf Drouot (assim como no Marquee, entre outros) David Bowie formou os David Bowie and The Buzz.
Em setembro, passou a integrar os Hooker Brothers, onde tocava saxofone e cantava. Nessa época, Bowie era conhecido como Dave Jay.
Em 1964, fundou a banda Davie Jones and the King Bees, na qual, para além de cantar, tocava saxofone tenor.
Ainda nesse ano, criou os Manish Boys, mais tarde conhecidos como Davie Jones and The Manish Boys. O nome da banda foi inspirado pelo tema Manish Boy, de Muddy Waters.
Passou a integrar a banda The Lower Third, originalmente formada em 1963 e conhecida pelo nome Oliver Twist and the Lower Third, a partir de abril de 1965, ao mesmo tempo que tocava ocasionalmente com bandas como The High Numbers (The Who), The T-Bones e Sonny Boy Williamson.
Em 1966, depois de ter atuado já no Le Golf Drouot (assim como no Marquee, entre outros) David Bowie formou os David Bowie and The Buzz.
The Lower Third
Em 1967, Bowie fez mais de vinte atuações no Reino Unido com os The Riot Squad, conhecidos pela utilização que faziam de pinturas de rosto muito vivas e pelo seu uso de técnicas do teatro. Em abril, ainda membro da banda, apresentou-se a solo no Marquee e no Down Beat Club. Fez igualmente uma apresentação a solo de dez minutos num baile de beneficência a favor da Guild and British Heart Foundation, acompanhado pela Orquestra de Bill Saville.
A partir do final de 1967 e ao longo de 1968, David participou em Pierrot in Turquoise, uma ideia original de Lindsay Kemp, em que cantava cinco originais: When I Live My Dream, Sell Me a Coat, Threepenny Pierrot, Columbine e The Mirror, sendo que os dois primeiros foram incluídos no álbum de estreia David Bowie, publicado a 1 de junho de 1967, curiosamente a mesma data oficial de publicação de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, em pleno verão do amor. Em maio, volta a apresentar-se a solo no Middle Earth Club, em Londres, juntamente com 15 outros artistas. Em junho, apresenta-se como mimo antes dos T. Rex, no Royal Festival Hall. De dezembro de 1968 a fevereiro de 1969, Bowie apresenta-se com os The Feathers, bem como a solo, e participa na tour dos T. Rex em fevereiro e março. Em maio de 1969, surge com os The Strawbs no programa da BBC Colour Me Pop e, em julho, apresenta-se no Festival Internacional da Canção de Malta, assim como no Festival da Canção Italiana. Em outubro, acompanha a tour dos Humble Pie. Já interpreta Space Oddity nas suas apresentações a solo, nomeadamente num espetáculo realizado no The Dome, em Brighton, a 19 de novembro. Na década de sessenta, Bowie lança, além do mencionado David Bowie, pela DERAM, Space Oddity, a 4 de novembro de 1969, com os selos da Phillips e da Mercury. O primeiro foi número 125 nas tabelas do Reino Unido e, o segundo, número 17 no Reino Unido e 16 nos Estados Unidos. Entre 1964 e 1969, edita igualmente um total de 11 singles, incluindo a versão em italiano de Space Oddity: Ragazzo Solo, Ragazza Sola. Enquanto single, Space Oddity ascendeu à primeira posição das tabelas no Reino Unido, tendo sido número 15 nos Estados Unidos.
No final da década, em 1969, Bowie ganha os dois primeiros prémios da sua carreira: de Disco Mais Bem Produzido (Best-Produced Record) no Festival Internacional da Canção de Malta e o Prémio Especial de Originalidade (Special Award for Originality) dos Ivor Novello Awards.
A partir do final de 1967 e ao longo de 1968, David participou em Pierrot in Turquoise, uma ideia original de Lindsay Kemp, em que cantava cinco originais: When I Live My Dream, Sell Me a Coat, Threepenny Pierrot, Columbine e The Mirror, sendo que os dois primeiros foram incluídos no álbum de estreia David Bowie, publicado a 1 de junho de 1967, curiosamente a mesma data oficial de publicação de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, em pleno verão do amor. Em maio, volta a apresentar-se a solo no Middle Earth Club, em Londres, juntamente com 15 outros artistas. Em junho, apresenta-se como mimo antes dos T. Rex, no Royal Festival Hall. De dezembro de 1968 a fevereiro de 1969, Bowie apresenta-se com os The Feathers, bem como a solo, e participa na tour dos T. Rex em fevereiro e março. Em maio de 1969, surge com os The Strawbs no programa da BBC Colour Me Pop e, em julho, apresenta-se no Festival Internacional da Canção de Malta, assim como no Festival da Canção Italiana. Em outubro, acompanha a tour dos Humble Pie. Já interpreta Space Oddity nas suas apresentações a solo, nomeadamente num espetáculo realizado no The Dome, em Brighton, a 19 de novembro. Na década de sessenta, Bowie lança, além do mencionado David Bowie, pela DERAM, Space Oddity, a 4 de novembro de 1969, com os selos da Phillips e da Mercury. O primeiro foi número 125 nas tabelas do Reino Unido e, o segundo, número 17 no Reino Unido e 16 nos Estados Unidos. Entre 1964 e 1969, edita igualmente um total de 11 singles, incluindo a versão em italiano de Space Oddity: Ragazzo Solo, Ragazza Sola. Enquanto single, Space Oddity ascendeu à primeira posição das tabelas no Reino Unido, tendo sido número 15 nos Estados Unidos.
No final da década, em 1969, Bowie ganha os dois primeiros prémios da sua carreira: de Disco Mais Bem Produzido (Best-Produced Record) no Festival Internacional da Canção de Malta e o Prémio Especial de Originalidade (Special Award for Originality) dos Ivor Novello Awards.
Na época de Space Oddity
1970
Projeto de capa para The Man who sold the world
Em novembro de 1970, a Mercury publicou o terceiro álbum de estúdio de Bowie, The Man Who Sold The World, caracterizado por um hard rock pesado que o diferenciava do tipo de som folk de Space Oddity. A banda era composta por Bowie, Mick Ronson, Mick Woodmansey (em substituição de John Cambridge, que saiu depois de Bowie o acusar de estar a arruinar o seu álbum), Ralph Mace e Tony Visconti, que foi também o produtor. Para promover o álbum nos Estados Unidos, a Mercury planeou uma tour publicitária de costa a costa, durante a qual Bowie usou vestidos, desencadeando reações tanto favoráveis quanto desfavoráveis num país fortemente marcado por um conservadorismo exógeno. Entretanto, Bowie despediu o seu manager, substituindo-o por Tony Defries. E casou com Angela Barnet (conhecida como Angela – ou Angie – Bowie), que tinha conhecido em abril de 1969. Em novembro, após ter assinado um contrato de cinco anos com a Chrysalis Music, Bowie endereçou uma interessante carta a Bob Grace, o homem por detrás do contrato:
“Caro Bob
Nasci em Brixton e frequentei algumas escolas locais e estudei Artes. Depois, entrei para uma agência de publicidade, algo de que eu não gostei muito. Então, saí e juntei-me a algumas bandas de rock’n’roll em que toquei saxofone e cantei, algo de que ninguém gostou muito.
Como já era um Beatnik, tinha que ser um Hippie e era muito popular e escrevi muitas canções em algumas praias e algumas pessoas gostaram delas.
Então, gravei “Space Oddity” e ganhei algum dinheiro, que gastei, algo de que toda a gente gostou.
Agora, tenho 24 anos e estou casado e não sou nada popular e continuo a escrever e a minha mulher está grávida, algo de que eu gosto muito.
Com amizade David”
“Caro Bob
Nasci em Brixton e frequentei algumas escolas locais e estudei Artes. Depois, entrei para uma agência de publicidade, algo de que eu não gostei muito. Então, saí e juntei-me a algumas bandas de rock’n’roll em que toquei saxofone e cantei, algo de que ninguém gostou muito.
Como já era um Beatnik, tinha que ser um Hippie e era muito popular e escrevi muitas canções em algumas praias e algumas pessoas gostaram delas.
Então, gravei “Space Oddity” e ganhei algum dinheiro, que gastei, algo de que toda a gente gostou.
Agora, tenho 24 anos e estou casado e não sou nada popular e continuo a escrever e a minha mulher está grávida, algo de que eu gosto muito.
Com amizade David”
1971
Nos tempos de Hunky Dory
1971 arrancou com um concerto em Washington, DC, e avançou com mais concertos nos Estados Unidos, em Inglaterra (incluindo um par de concertos com o Mick Ronson Duo e uma aparição no Glastonbury Fair Festival), na Holanda, Bélgica e França. O quarto álbum de Bowie, Hunky Dory, fortemente acústico desta feita, foi lançado em 17 de dezembro pela RCA, com quem assinou um contrato para três álbuns, e incluiu um novo baixista, Trevor Bolder, em substituição de Tony Visconti. Produzido por Ken Scott e por Bowie, ascendeu a número três nas tabelas do Reino Unido. Mick Ronson e Woody Woodmansey mantiveram-se na banda, enquanto Rick Wakeman se encarregou dos teclados. Ao lado de temas como Changes, Oh! You Pretty Things, Life on Mars?, Andy Warhol, The Bewlay Brothers e Queen Bitch, entre outros, o álbum inclui uma canção que ressoa felicidade, Kooks, dedicada ao filho, Zowie (de nome Duncan Zowie Haywood Jones) que nascera a 30 de maio.
Bowie, Angie e Zowie, já em 1974
1972
Ziggy e os Spiders
1972 foi o ano de Ziggy Stardust, provavelmente a personagem mais marcante na carreira de Bowie. The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, gravado nos Trident Studios, em Londres, entre julho de 1971 e fevereiro de 1972, chegou às lojas de discos a 16 de junho e ascendeu a número 5 nas tabelas do Reino Unido e 75 nos Estados Unidos. Narra a vaga história de uma estrela de rock bissexual e alienígena cujo nome e características nasceram de vários fatores conjugados, nomeadamente o facto de ter encontrado Vince Taylor que, depois de uma depressão, acreditava ser um cruzamento entre um deus e um alienígena, The Legendary Stardust Cowboy, um músico excêntrico que fora seu amigo dos primeiros tempos (Bowie incluiu uma versão de um dos seus temas, I Took a Trip (on a Gemini Spaceship), no álbum Heathen, de 2002) e mesmo o facto de ter visto o nome Ziggy numa alfaitaria. A equipa de músicos era constituída por David Bowie, Mick Ronson, Trevor Bolder e Mick Woodmansey, enquanto Rick Wakeman, que ainda tocou o cravo em It Ain’t Easy, decidiu partir para se juntar à banda de rock progressivo Yes. Uma vez mais, a produção ficou a cargo de Ken Scott. A partir de 10 de fevereiro, após um espetáculo de aquecimento no Borough Assembly Hall, em Aylesbury, a banda realizou uma tour extensa com um total de 94 espetáculos no Reino Unido e nos Estados Unidos (a 29 de novembro, os Mott The Hoople, para quem Bowie escrevera e produzira All The Young Dudes, apresentaram-se no Tower Theater, em Filadélfia, e ele juntou-se-lhes no palco). O vestuário usado pela banda foi desenhado por Kansai Yamamoto. Entretanto, Bowie e Mick Ronson produziram o primeiro álbum a solo de Lou Reed, Transformer, tendo igualmente contribuído para o mesmo nos coros. Num artigo escrito já depois de Bowie ter falecido, o seu biógrafo Dylan Jones recorda esses tempos e declara: “Antes daquilo, o meu consumo de música pop tinha-se limitado a sucessos esporádicos e a ocasionais discos dos T. Rex. No que me tocou, Bowie foi uma enorme revelação. Para mim, ele tinha dado o pontapé de partida dos anos setenta, com a década a passar do preto e branco para o colorido de um dia para o outro”.
1973
Bowie em Pinups, excelente álbum de versões
A tour de Ziggy continuou até que, a 3 de julho, no Hammersmith Odeon Theatre, em Londres, Bowie inesperadamente anunciou que aquela seria a última vez em que o público veria a banda. “Entre todos os espetáculos nesta tour, este, em particular, manter-se-á connosco mais tempo, não apenas por ser o último da tournée, mas sim porque será o último que alguma vez faremos”, disse, causando perturbação entre o público, habituado que estava a confundir a personagem de Ziggy com o próprio Bowie. E passou a apresentar um total de 18 temas de Ziggy Stardust, Hunky Dory e Alladin Sane, este último previamente lançado a 13 de abril. Jeff Beck estava presente e juntou-se à banda num medley de The Jean Genie e Love Me Do. Esta última aparição de Ziggy foi gravada e filmada. A RCA lançou o álbum correspondente em outubro de 1983 e o filme, Ziggy Stardust: The Motion Picture, foi publicado em CD por duas vezes: uma primeira, a 7 de agosto de 1992, pela Rykodisc, e uma segunda em abril de 2003, pela EMI/Virgin. A segunda versão foi remisturada por Tony Visconti e contém novos materiais apesar da participação de Jeff Beck continuar ausente, facto que já foi atribuído a problemas com as royalties e à própria vontade do guitarrista. Visconti resumiu a questão da seguinte forma: “Ele não tinha lugar no filme”.
Os Spiders tinham passado o ano a percorrer o Reino Unido, os Estados Unidos e o Japão e, depois de 3 de julho, os concertos cessaram. Mas apareceu um novo álbum, Pinups, gravado em julho no Château d’Herouville, em França, e lançado pela RCA a 19 de outubro. Produzido por Bowie e por Ken Scott, o álbum, um conjunto de 12 versões de outros músicos, atingiu a posição cimeira nas tabelas do Reino Unido. Na capa, vemos uma fotografia de Bowie com a supermodelo Twiggy. No livreto do álbum, Bowie descreve Pinups da seguinte forma: “Estas canções estão entre as minhas preferidas do período entre 1964 e 1967 em Londres. A maior parte das bandas tocava no circuito de clubes Ricky-Tick. Algumas ainda estão connosco. Pretty Things, Them, Yardbirds, os Pink Floyd do Sid, Mojos, Who, Easybeats, Merseys, The Kinks. Amor para todos!”
Em termos de prémios, Bowie acumulou dois: os NME Awards para World Male Singer e British Male Singer, ou seja, Melhor Cantor Britânico e Mundial.
Os Spiders tinham passado o ano a percorrer o Reino Unido, os Estados Unidos e o Japão e, depois de 3 de julho, os concertos cessaram. Mas apareceu um novo álbum, Pinups, gravado em julho no Château d’Herouville, em França, e lançado pela RCA a 19 de outubro. Produzido por Bowie e por Ken Scott, o álbum, um conjunto de 12 versões de outros músicos, atingiu a posição cimeira nas tabelas do Reino Unido. Na capa, vemos uma fotografia de Bowie com a supermodelo Twiggy. No livreto do álbum, Bowie descreve Pinups da seguinte forma: “Estas canções estão entre as minhas preferidas do período entre 1964 e 1967 em Londres. A maior parte das bandas tocava no circuito de clubes Ricky-Tick. Algumas ainda estão connosco. Pretty Things, Them, Yardbirds, os Pink Floyd do Sid, Mojos, Who, Easybeats, Merseys, The Kinks. Amor para todos!”
Em termos de prémios, Bowie acumulou dois: os NME Awards para World Male Singer e British Male Singer, ou seja, Melhor Cantor Britânico e Mundial.
Alladin Sane ou A lad insane?